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Josuel Junior - Editoria

A ARTE ERÓTICA (E AÇUCARADA) DE RAFAEL BASTOS

Há uma forte presença de artistas visuais, desenhistas, ilustradores e performers nas redes sociais discutindo masculinidades e utilizando pesquisas das mais variadas vertentes para falar de liberdade, sexualidade e nudez. Na matéria de hoje, você vai conhecer melhor o trabalho de Rafael Bastos, que tem conquistado cada vez mais admiradores.

Arte sobre Foto e Ilustrações de Rafael Bastos

Ele é designer por formação e sempre ilustrou. Desde 2014, quando criou sua primeira conta profissional no Instagram, começou a postar publicamente o que produzia. A partir daí foi aprendendo muita coisa e conhecendo muita gente. Em 2018, fez seu primeiro quadrinho financiado pelo catarse , o "Pornolhices", composto por três historias curtas com um personagem original chamado Carlos. Em 2019, criou junto com o quadrinista Mário Cesar a primeira feira LGBTQ+ de quadrinhos e artes gráfica do Brasil, a Poc Con, que é o um de seus trabalhos de maior destaque. Foram duas edições presenciais e duas on-line, em decorrência da pandemia.


O trabalho de Rafael Bastos tem feito algo muito curioso, que é aliar o erotismo à uma situação singela, quase açucarada. Há erotismo, mas há fofura... Há pensamentos cotidianos, séries continuadas, alguns fetiches, releituras de obras... Uma mistura boa de acompanhar e de fruir. Essa mistura de estações marcado presença nas redes e conquistado mais seguidores e admiradores.

No twitter, ele se define como designer e ilustrador, sempre com homens nus e peludinhos.. Pra quem consome arte erótica é, de fato, um deleite. A identificação com situações cotidianas como masturbação, ereção de última hora e a troca de nudes faz parte de seu vasto conteúdo. A construção de seu trabalho, de acordo com ele mesmo, é bem intuitiva. É mais ligada à vontade de criar diferentes trabalhos do que à preocupação por engajamento nas redes. Porém, o foco principal de suas obras sempre foi o mesmo: falar sobre sexo, nudez e sexualidade de um jeito mais leve e bem humorado.


"Ultimamente, a maior parte das minhas postagens tem sido das commissions que faço e as tirinhas semanais e que posto toda a terça-feira como um exercício criativo. Todo o resto vem de diversas maneiras.", comenta o ilustrador.


Há na internet uma rede de artistas que trocam figurinhas pelos stories, que se recomendam e que ajudam na difusão dos trabalhos, uns dos outros. Isso atrai cada vez mais público espontâneo. É como se um artista impulsionasse o outro, fazendo com que haja migração de curtidas e adesão ao perfil.

"Eu já estive mais ligado no perfil do público, principalmente pela minha conta anterior do Instagram. Atualmente eu não fico muito ligado nos analytics do perfil, mas eu consigo ver pelas interações que a maioria dos seguidores são homens gays numa faixa de 25 a 35 anos. Inclusive, eu tenho muita sorte de ter uma parcela de público um pouco mais madura. Isso isso reflete muito positivamente nas interações, tanto em comentários nas postagens quanto em mensagens diretas.".


É sabido que nesses tempos estranhos do Brasil, falar de erotismo e sexualidade nas redes torna-se um grande desafio. A sorte é que (por enquanto) desenhos e ilustrações não são tão encarados como nudez explícita, o que impede que as publicações sejam denunciadas ou retiradas do ar. Muitos artistas perdem suas contas com forte engajamento justamente por essa pressão externa do conservadorismo, que tem tornado o Brasil num país estranhamente gospel.


"É muito complicado, principalmente no instagram. Eu perdi uma conta que tinha um engajamento muito bom e um dia simplesmente sumiu! Hoje eu tenho muito mais cuidado de postar as coisas lá. É bem difícil encontrar um lugar 'seguro' pra postar tudo sem censura. Já usei bastante o tumblr, mas também foi outra rede que se perdeu. Atualmente, a minha rede preferida pra postar, tanto trabalho como biscoitos pessoais (sic), é o twitter. Espero que ele continue com essa política mais aberta.", torce.

Arte sobre Ilustrações de Rafael Bastos

E o que será que move esse processo criativo? O que faz com que esse jovem artista siga produzindo nesse Brasil careta e censor?

"É uma mistura de muitas coisas, mas acho que o principal é colocar pra fora as coisas que eu penso, que eu sinto, que eu gosto. Existe um poder muito grande em ser LGBTQ+ e produzir arte, ainda mais nesse momento do Brasil que existe um conservadorismo tão assustador, mas eu tento não colocar esse peso tão grande nas coisas que faço, mesmo sabendo que ele existe!".


O trabalho de Rafael conquista também potenciais clientes que desejam ter obras suas exclusivas. Há o fluxo de encomendas em que qualquer pessoa que se sentir à vontade pode enviar suas fotos para serem transformadas em ilustrações criativas. Para fazer uma encomenda, inclusive, é algo bem simples. Se alguém quiser uma ilustração personalizada basta procurar por ele no Instagram ou no Twitter para saber de valores e prazos.

Arte sobre Ilustrações de Rafael Bastos

Atualmente, está no ar o projeto das tirinhas semanais, que nem sempre são eróticas, mas que funcionam como um exercício criativo de expressar o que o artista sente. Já o seu próximo quadrinho, chamado "Você Viu Vitor?", conta uma história bem pessoal sobre autoconhecimento.


Se você quer seguir Rafael Bastos, ele está no Instagram e no Twitter. No instagram é daquele jeito... Com tarjinha pra não ser censurado. Já no Twitter, enfim... Passe lá e confira com seus próprios olhos! É beeem legal de acompanhar!


Instagram: @rafabrilustra2

Arte sobre Ilustrações de Rafael Bastos

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