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ANDRÉ SEVERO LANÇA A EXPOSIÇÃO LABIRINTO NA CAIXA CULTURAL BRASÍLIA

Provocada pelo isolamento do período pandêmico, a instalação imerge na relação entre tempo, memória e espaço através da reelaboração de imagens coletadas nas últimas duas décadas

A partir do dia 14 de dezembro, a Caixa Cultural Brasília recebe a exposição Labirinto, do artista André Severo. Com curadoria de Marília Panitz, Labirinto é uma grande instalação baseada na desconstrução de uma série de imagens coletadas por André Severo há cerca de duas décadas e reelaboradas entre os anos pandêmicos de 2020 e 2021. A abertura começa às 10h, com bate-papo com a curadora e o artista seguido de visita guiada. A instalação fica em cartaz até fevereiro de 2025, com visitação aberta de terça a domingo. A entrada é franca.


Em Labirinto, sons, textos, ideias e ambientes são incorporados a uma coleção de imagens cuidadosamente selecionadas. São seis telas com projeções, cerca de 400 fotografias e diversos textos que marcam a passagem cronológica de um ano de pandemia. As fotografias foram reelaboradas com intervenções em camadas sobrepostas, criando a sensação de adentramento em um espaço-labirinto. A instalação aposta no imperativo da relação entre memória e consciência como possibilidade de uma criação particular de tempo e espaço.


“Labirinto é um projeto de caráter muito pessoal, que ressignifica o sentido de arte como mera válvula de escape e revela múltiplos sentidos para a produção artística em momentos críticos”, comenta André Severo. Considerado um dos principais nomes das artes visuais no Brasil, nas últimas décadas André tem se dedicado a investigar e difundir os efeitos da mobilidade de pensamento, suportes e procedimentos sobre as relações entre arte e vida cotidiana, arte e outras áreas do conhecimento, arte e sistema de artes.


Para a curadora Marília Panitz, Labirinto se configura como um espaço imersivo nas incertezas vivenciadas nos anos de pandemia, tempo no qual encaramos coletivamente a nossa finitude e vulnerabilidades: “Esse projeto mergulha nas imagens ‘daquilo que já não é’, nas ruínas das edificações de outros tempos que se tornam vestígios poéticos de uma beleza impactante e solitária. As imagens pulsam, soam e nos abduzem para dentro de suas linhas de fuga”, conceitua.


Labirinto e a trilogia El Mensajero

Além da pandemia, Labirinto surgiu no contexto de uma trilogia de exposições agrupadas pelo subtítulo El Mensajero e também constituída por Metáfora e Espelho. A série foi produzida por André Severo entre 2015 e 2021. Trata-se de três grandes instalações com múltiplos vídeos, fotografias, desenhos, pinturas e textos, pensados para tentar reunir, em um único projeto, muitas das instâncias que interessam ao artista no terreno da experiência criativa.


A instalação Labirinto, assim como toda a trilogia El Mensajero, guarda o tempo e a memória como elementos latentes de sua estruturação. Esses dois elementos permeiam a investigação de André Severo sobre as possibilidades associativas e dissociativas de objetos artísticos dentro do ambiente expositivo, apostando nos espaços concentrados da sala de exposição como um lugar singular de projeção para o processo poético e criativo.


Mais sobre o artista

André Severo nasceu em Porto Alegre (RS), em 1974. É artista, curador, escritor, editor, cineasta, produtor e gestor cultural. Mestre em poéticas visuais pela UFRGS, produziu projetos como Areal, Lomba Alta e Dois Vazios. Realizou mais de uma dezena de filmes e instalações audiovisuais e foi reconhecido com diversas premiações. Publicou, entre outros, os livros Consciência errante, Soma e Deriva de sentidos. Foi curador associado da 30ª Bienal de São Paulo – A iminência das poéticas e cocurador da representação brasileira na 55ª Bienal de Veneza. Entre 2018 e 2019, ao lado de Marília Panitz, realizou 100 anos de Athos Bulcão no CCBB (BsB, BH, SP e RJ). Em 2021, juntamente com Paulo Herkenhoff, realizou Arquiperiscópio, exposição individual com caráter retrospectivo que ocupou os quatro andares do Oi Futuro no Rio de Janeiro.


Sobre a curadora

Marília Panitz atua como crítica de arte e curadora independente de mostras nacionais e internacionais. Mestre em Arte Contemporânea: teoria e história da arte, foi professora na Universidade de Brasília de 1999 a 2012. Também dirigiu o Museu Vivo da Memória Candanga e o Museu de Arte de Brasília. De 1994 a 2013, atuou como pesquisadora e coordenadora de programas educativos em exposições. Realiza projetos com ênfase na produção artística do Distrito Federal, na formação de uma visualidade determinada pela cidade nova e no mapeamento da cena cultural de espaços não hegemônicos. Em 2018, recebeu o Prêmio Sérgio Milliet da ABCA pelo livro Artes Visuais – Ensaios Brasileiros Contemporâneos.


PROGRAME-SE

Instalação Labirinto

ONDE: Caixa Cultural Brasília - SBS, Q. 4, Lotes ¾

Abertura com bate-papo e visita guiada: 14 de dezembro (quinta), às 10h

Visitação: de 14 de dezembro a 09 de fevereiro

Dias e horários: terça a domingo, das 9h às 21h

Classificação indicativa: 14 anos

Entrada Franca

Informações: (61) 3206-9448

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