Até o dia 04 de novembro, o púbico do DF poderá conferir de perto a exposição sobre Álvaro Tukano no Noroeste.
A fim de preservar e difundir informações sobre a coleção reunida ao longo dos 40 anos de Álvaro Tukano pela luta pelos direitos dos povos indígenas, profissionais do DF se debruçaram sobre um vasto material do líder político, abordando temas da cultura e da luta indígena na América Latina. É o projeto “Memórias Indígenas das Etnias da América Latina”.
Com o foco de abraçar interessados em realizar intercâmbios culturais com os povos indígenas, uma equipe do DF esteveimersa no acervo de Álvaro Tukano, importante pesquisador e ativista na luta dos povos indígenas do Brasil. Além de pesquisar e investigar o acervo dele, a equipe elaborou um espaço virtual para fruição dos itens inventariados para que pessoas e comunidades interessadas na promoção e fortalecimento da cultura indígena possam ter acesso a esse material. A ideia é integrar as diferentes etnias indígenas das Américas e do mundo, fortalecendo seus laços de solidariedade e consolidando uma rede de difusão e perpetuação cultural de práticas ancestrais, possibilitando material de investigação para pesquisadores, estudantes da rede de ensino fundamental, médio e acadêmicos indígenas e não indígenas.
A partir do acervo catalogado foi desenvolvida a exposição “Vida e Luta de Álvaro Tukano”, que já está aberta para visitação gratuita durante 15 dias na casa Bahsákewii. A exposição conta com palestra de Tukano, além de duas rodas de conversa.
Álvaro Fernandes Sampaio Tukano é o nome dado pelos padres salesianos durante a catequização dos povos indígenas do Alto do Rio Negro - AM nos anos 60. Hoje, o líder indígena com mais de 40 anos vividos na política indigenista nacional, traz em sua trajetória importantes lutas e pautas. Teve participação da criação da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), a antiga UNI (União das Nações Indígenas), trabalhou na criação da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), na Associação Latino-Americana de Povos Indígenas (COICA), provocando uma rede de comunicação entre os povos. Foi porta-voz da luta indígena em viagem para Rotterdam – Holanda, ao relatar a tutela abusiva do estado brasileiro com a população indígena brasileira. Suas participações internacionais proporcionaram mudanças políticas indígenas significativas no Brasil.
Tukano, juntamente com outros líderes indígenas, ajudou na demarcação dos territórios indígenas do Alto Rio Negro. Atualmente, mora em Brasília com sua família na casa de cultura Indigena Bahsakewii, localizada na região do Noroeste - um território de resistência que luta pela regulamentação da terra em meio a especulação imobiliária da capital.
Mas a sua história de luta começa muito antes. Desde pequeno lhe foi ensinado por seus ancestrais a lutar através do diálogo, e por isso, quando Álvaro Tukano tinha 10 anos de idade seu pai autorizou que fosse levado para estudar na escola missionária na qual os Jesuítas ensinavam crianças indígenas a falar português. Porém, o método de ensino utilizado era excludente e violento. As crianças indígenas não podiam se expressar em sua língua materna, sofrendo risco de penas físicas. Aos 12 anos, Álvaro ficou doente e seus pais, mesmo sem autorização, o tiraram da escola para cuidar da saúde da criança com métodos milenares de seu povo Ye'pa-Mahsã. Este ato acabou incentivando outras famílias indígenas a fazer o mesmo.
Uma luta pelo direito dos povos indígenas com mais de 40 anos e durante esse percurso desenvolveu um acervo com 140 objetos antropológicos e uma biblioteca com cerca de 2000 exemplares, sendo 200 desses livros considerados raros. Atualmente esse acervo está alocado na casa de Álvaro sendo degradado por insetos, mofos, sujeira, água, incidência direta de luz e tudo isso por estar acondicionado de forma incorreta, o que aumenta os riscos de degradação e estimulou a criação do projeto. Além de que a forma como esses objetos estão alocados inviabiliza pesquisas e interfere diretamente na capacidade de comunicar a história indigena que o acervo e a biblioteca possuem.
A exposição será do dia 21 de outubro ao dia 04 de novembro. Acompanhe mais informações pelo instagram https://www.instagram.com/bahsakewii/
PROGRAME-SE
Período da exposição: 21 de outubro a 04 de novembro
Horário: 10h às 17h, de terça a domingo
Local: Casa Yepa-Mahsã, Noroeste - Distrito Federal.
A abertura será no dia 21 de outubro, às 15h. A entrada é gratuita, mas para participar da cerimônia de abertura é necessário retirada de ingresso pelo sympla: https://www.sympla.com.br/abertura-da-exposicao-vida-e-luta-de-alvaro-tukano-e-lancamento-do-acervo-doethiro__2688978
OUTRAS ATIVIDADES
Rodas de conversa com Álvaro Tukano: 25/10, às 14h, na Maloca da Unb 03/11, às 15h, na casa Yepa-Mahsã no Noroeste/DF
Visitas guiadas por mediador: Há possibilidade de visitas mediadas nas terças, sextas, sábados e domingos através de agendamento prévio pelo número: 61 99675-4775
QUEM FAZ
Direção Geral: Desiree Calvis
Produção Executiva: Naiara Tukano
Museóloga: Letícia Amarante Cardoso
Pesquisador: Álvaro Sampaio Tukano
Produtor de Imagem (Audiovisual): Lyanna Soares
Coordenação de produção: Luvan Prado Sampaio
Assistente de produção: Álvaro César Sampaio, Hellen Paru'una Kariú, Igor Moreira Baldez Silva
Produção de Texto: Hellen Paru'una Kariú
Intérprete de Libras: Thais Lobeu
Designer: Giovanna Calvoso
Mídias Sociais: Lunares Ayla
Assessoria de Imprensa: Josuel Junior
Intérprete de Libras: Thais Lobeu
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