Com texto de Pedro Henrique Lopes e direção de Diego Morais, o espetáculo estabelece relações entre os anos de chumbo e episódios recentes a partir da história de luta de três guerrilheiros políticos
Que heranças a sociedade brasileira carrega da ditadura militar? Por que os livros didáticos nos ensinam tão pouco sobre esse violento período da história recente do país? Como as gerações que nasceram após 1985 enxergam os anos de chumbo? O documentário cênico “O que sobrou” foi construído a partir de episódios reais para refletir e provocar debates sobre esses questionamentos. Com texto de Pedro Henrique Lopes e direção de Diego Morais, a peça parte de episódios retirados de livros, documentários e documentos históricos para estabelecer uma relação com cenas e personagens da vida contemporânea. A peça fica em cartaz até 5 de maio, com sessões às quintas e sextas-feiras, às 20h. O espetáculo tem patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, da Secretaria Municipal de Cultura, da Lei do ISS RJ e da Brookfield.
Inspirada no livro “Os fornos quentes”, de Reinaldo Guarany Simões, a dramaturgia se desenrola a partir da história de três personagens reais: o próprio Reinaldo, sua companheira, Maria Auxiliadora Lara Barcellos (a Dora), e Chael Charles Schreier. Integrantes de grupos que atuavam contra a ditadura, os três foram presos e barbaramente torturados. Chael morreu durante o interrogatório. Foi a primeira morte sob tortura durante a ditadura militar documentada e divulgada pela imprensa do Brasil. Reinaldo e Dora foram para o exílio no Chile e, posteriormente, para a Alemanha. No elenco do espetáculo, estão Julia Gorman, Pedro Henrique Lopes e Rodrigo Salvadoretti que, além dos três guerrilheiros, vivem diferentes personagens na encenação.
A peça é intercalada por músicas, como “Suíte do Pescador”, de Dorival Caymmi, cantada por presos nos porões do presídio Ilha das Flores em momentos de despedidas; “Corsário”, de João Bosco; “Canção Amiga”, de Milton Nascimento em parceria com Carlos Drummond de Andrade; e “Pequena memória para um tempo sem memória”, de Gonzaguinha. “Este não é um espetáculo musical. A música entra transbordando as emoções das personagens em alguns momentos, quando as palavras já não dão mais conta da situação vivida por eles”, conclui o diretor musical e ator, Rodrigo Salvadoretti. QUEM FAZ Direção Geral: Diego Morais Direção Musical: Rodrigo Salvadoretti Texto: Pedro Henrique Lopes Elenco: Julia Gorman, Rodrigo Salvadoretti e Pedro Henrique Lopes Cenário: Diego Morais Figurinos: Carol Burgo Iluminação: Lucio Bragança Operação de Som: Leonardo Carneiro Assessoria de Imprensa: Racca Comunicação (Rachel Almeida) Produtor Executivo: Pedro Henrique Lopes, Diego Morais e Heder Braga Produção e realização: Entre Entretenimento PROGRAME-SE O que sobrou Temporada: De 13 de abril a 5 de maio Teatro Glaucio Gill: Praça Cardeal Arcoverde, s/nº – Copacabana Telefone: (21) 2332-7904 Dias e horários: Quintas e sextas-feiras, às 20h. Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada) Lotação: 101 pessoas Duração: 70 minutos Classificação etária: 16 anos Venda de ingressos: na bilheteria do teatro e no site https://funarj.eleventickets.com/
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