De volta para os saudosos de plantão! A telenovela "Estrela-Guia", produzida há 19 anos, foi incorporada na íntegra no catálogo do Globoplay, mas fica uma dúvida: Ela era boa mesmo?
Escrita por Ana Maria Moretzsohn e com direção de núcleo de Denise Saraceni, #EstrelaGuia foi feita a toque-de-caixa. A novela seria mais uma tentativa da Globo de produzir tramas de verão. A ideia é que fossem produções mais curtas para o período em que a audiência costuma oscilar bastante por causa das férias.
Dois anos antes da estreia de Estrela-Guia, uma outra trama, também escrita por Ana Maria Moretzsohn ocuparia essa faixa das novelas de verão. Era Esplendor, uma obra requintadíssima que se passava no sul do Brasil. O sucesso da novela protagonizada por Letícia Spiller, Floriano Peixoto e Murilo Benício fez com que a trama fosse esticada de 80 capítulos para 125. Já com a novela de Sandy isso não poderia acontecer, pois a cantora tinha uma agenda de shows bastante intensa com o irmão Junior.
O elenco de Estrela-Guia é primoroso. Nomes como Lilia Cabral, Sergio Mamberti, Rosamaria Murtinho, Lucinhas Lins, Isabela Garcia, Carolina Ferraz, Chico Xavier e Rodrigo Santoro garantiriam o apelo popular pela história. Vale lembrar que a novela estreou depois do fenômeno O Cravo e a Rosa, que atendia o público de donas de casa e de adolescentes. Com uma nova história tendo uma figura teen da música pop brasileira, o público cativo de O Cravo e a Rosa poderia se afastar da proposta.
Na novela, a comunidade hippye do interior de Goiás sofre com a cobiça dos garimpeiros da região. A figura da maldade fica a cargo da pseudovilã Daphner, vivida por Lilia Cabral. Ela tinha interesse nas terras de Bob e Kalinda (os pais da jovem Cristal) por acreditar que havia uma mina de esmeraldas na região. Após um atentado na comunidade, Cristal é encaminhada ao Rio de Janeiro, onde seria criada por seu padrinho e tutor Tony, vivido por Guilherme Fontes. A chegada de Cristal ao Rio de Janeiro abala o noivado dele com Vanessa, papel de Carolina Ferraz.
O enredo não é ruim e agradou em cheio o público jovem. A novela conquistou ótimos índices de audiência, chegando a ultrapassar a antecessora, O Cravo e a Rosa. Confesso que, quando soube da reprise da trama no Canal Viva, não dei conta de assistir a mais de uma semana. Achei um pouco boba a história. Tá certo... quando vi em 2001 tinha 16 anos. Não havia ali muito critério de avaliação sobre narrativa, clímax de cena ou qualidade de interpretação. O fato é que história me pareceu frágil, as atuações do núcleo jovem bem fracas e os conflitos de alguns núcleos muito rasos e sem pico dramático. Tenho realmente a curiosidade de saber se o público de "Estrela-Guia" que era fã de Sandy & Junior gosta mesmo da novela ou se gosta da lembrança da época da adolescência.
Eu, particularmente, considero uma trama mediana, como muitas outras apresentadas no horário das seis, como Sonho Meu (1993), Era uma vez (1998) e Coração de Estudante (2002). Assisti em 2001? Assisti! Comprei o CD e até me aventurei a acender uns incensos? Sim! Inclusive, a trilha sonora é ótima. Só que agora, de fato... não é pra mim.
Para quem gosta, a novela está no catálogo do Globoplay na íntegra. A versão da abertura não é a mesma exibida no Brasil em 2001 por causa dos direitos autorais. No lugar de Imagine, cantada por Paulo Ricardo, é tocado um tema instrumental.
Josuel Junior é colunista do Portal Conteúdo.
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