Há mais de duas décadas em cartaz, neste fenômeno de público e crítica Elisa traz encantadoras histórias cênicas que tratam o cotidiano como espaço de criatividade não como de repetição
Dirigida por Geovana Pires, "Parem de falar mal da rotina" é um fenômeno. Não se tem notícia, pelo menos no Brasil, de outro monólogo criado e protagonizado por uma mulher negra que tenha atraído milhões de espectadores pelo país inteiro e fora dele. Na peça, a chave, da qual parte Elisa, a autora, é simples, porém fundamental: a rotina é feita de um conjunto de escolhas. Desenhado por nossos desejos e decisões diante das opções, portanto, nós somos os responsáveis pelo que chamaremos de rotina e ninguém é culpado deste desenho. Só nós mesmos.
Depois de levar a plateia a rir de si mesma e chorar emocionadamente, a sequência de cenas a leva a crer no poder que tem, cada um, de atuar nessa rotina, de modo a otimizá-la, melhorá-la, trazê-la para mais perto de seus sonhos. “A peça nasceu das inúmeras lições que a natureza nos ensina todo dia. A grande lição é a capacidade de estreia que faz tudo na natureza acontecer de forma espetacular di-a-ri-a-men-te: o nascer do sol, o pôr do mesmo sol, o céu, a chuva, as estrelas, os ventos e as tardes. A natureza ensina a toda gente, mas, às vezes, alunos distraídos que somos, não vemos o lindo óbvio que ela nos oferece e as dicas que ela pode nos dar na condução de nossa vida diária”, diz a atriz.
Deselitizando a poesia, Elisa fala o texto poético como quem conversa com o público, emociona e diverte com suas palavras gente de zero a cem anos, de todo o tipo e lugar. A experiência assemelha-se a uma espécie de autoajuda inteligente, uma aula de cidadania através da educação emocional, pois cuidando melhor de nossa rotina, autores e protagonistas que somos dela, cuidaremos melhor de nós mesmos, dos que nos cercam e do mundo à nossa volta.
Como o espetáculo já atingiu sua maioridade, não é incomum que apareçam espectadores que foram acompanhados dos pais dentro da barriga, ou bebês ainda, e que hoje, adultos, voltam com esses pais e trazem novos amigos.
De alguma maneira, a receita dessa obra leva uma comunicação transversal a toda a população brasileira e, por que não, mundial. Afinal, falar mal da rotina é um mau hábito da nossa civilização que ainda não entendeu que pode, como a lua e como o sol, estrear seus acontecimentos todo
QUEM FAZ
Texto e atuação: Elisa Lucinda | Direção: Geovana Pires | Direção de produção: Rafael Lydio | Cenografia: Gisele Licht | Figurinos: Christina Cordeiro | Iluminação: Djalma Amaral | Operador de luz: Rommel Equer | Contrarregra: Eduardo Brandão | Realização: Casa Poema | Produção: Paragogí Cultural
Ainda pelo Mistura Geral - Artes Cênicas, no sábado e domingo (18 e 19), o Festival apresenta "Os Saltimbancos", da brasiliense Agrupação Teatral Amacaca na direção de Hugo Rodas. A peça mistura dança, teatro, circo e música, trata de união, fraternidade, empatia, sonhos e perseverança.
PROGRAME-SE
Mistura Geral - Artes Cênicas
Parem de falar mal da Rotina
Dias: 17, 18 e 19/5 (de sexta a domingo), às 20h
Os Saltimbancos, da Agrupação Teatral Amacaca
Dias: 18 e 19/5 (sábado e domingo), às 15h e às 17h
Local: Teatro dos Bancários
Endereço: EQS 314/315 BL A - Asa Sul
Ingressos: peças do DF a R$ 20 (meia), e as de fora a R$ 30 (meia). Meia entrada com doação de 1 kg de alimento não perecível mais os casos previsto em Lei
Bilheteria: https://acesse.dev/MisturaGeralArtesCenicas
Informações: www.instagram.com/misturageralfestival
Realização: Instituto Transforma em parceria com o Teatro dos Bancários
Fomento: Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal
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