Ele começou a fazer teatro em 2002, após um curso de iniciação teatral. De lá pra cá foram mais de 70 espetáculos (veja bem... setenta). Só por essa informação, precisamos falar de André Reis!
"Comédia do Erros" (2006), "Sonho de uma Noite de Verão" (2007), "O Jardim das Delícias" (2007), "No Ritmo das Fábulas" (2005), "Secretárias Canibais" (2007), "O aniversário da Infanta" (2009), "Cru" (2009), "Duas ou três coisas que eu sei sobre o amo"r (2012), "Arlequim na colônia Brasil" (2014), "Os Beatniks em 'A Gaivota'" (2013) , "Perdoa-me por me traíres" (2014), "Vivendo de Brisa" (2019)... Olha, a lista é longa. Eu, particularmente, sempre tive a impressão de que em algum teatro da cidade tinha alguma peça com Andre Reis.
Conheci André nos palcos do Teatro Dulcina. Já sabia que havia ali em seu trabalho uma boa instrumentalização de humor. Volta e meia, o vemos em apresentações da Hierofante Cia de teatro, do grupo Novos Candangos e do Coletivo Tombado. Com ele, trabalhei ativamente nas duas versões do espetáculo "Peter Pan para os já crescidos" (2013 - 2016), o substituí num outro espetáculo da cidade e ficou aí o sentimento de admiração pelo trabalho que exerce.
VOLTEMOS A HISTÓRIA
Quando Andre Reis começou a fazer teatro... isso há 18 anos atrás, ele fazia uma peça atrás da outra. Uma média de 8 a 9 espetáculos por ano. Obviamente, com o passar do tempo, ele foi filtrando melhor o que queria fazer. Talvez até por isso hajam alguns pequenos hiatos entre uma produção e outra.
Após o período na Faculdade Dulcina, André, como muitos colegas do DF, passou a dar aulas de artes cênicas. Ele confessa que antes de ser professor topava qualquer coisa. O trabalho foi dando certo e está há 10 anos nessa atividade (e na mesma instituição), sempre participando de espetáculos quando a agenda permite. E os desafios não demoraram a chegar... André dá aulas para estudantes de 3 a 17 anos de idade. Quem leciona sabe muito bem o que isso significa. Com o tempo, ele foi percebendo que o processo teatral foi se tornando mais puro, mais intenso, afinal, em escola todo ano é uma novidade. E é justamente esse clima que ele tem levado para seus processos profissionais no palco.
Se você já viu André no palco, deve ter percebido que ele tem um ótimo tempo pra comédia e improviso. E ele sabe disso. Finge que não, mas sabe. Como desafio, tem buscado novas formas de atuação, não se restringindo à parte cômica, até porque ele mesmo diz que ama "aquele drama bem dramático". Claro... ele também tem optado por trabalhar com pessoas em que acredita e goste. Algo que no final das contas faz toda a diferença.
Ao longo desses 18 anos de atividade em teatro, o ator participou de trabalhos importantes, como "Cru", de Alexandre Ribondi. A peça foi apresentada em Milão, em comemoração aos 50 anos de Brasília, e virou filme dirigido por Jimi Figueiredo. Pelo filme "Cru", recebeu o título de Melhor Ator. E na versão teatral o título de Melhor Ator Coadjuvante.
Ainda no cinema, esteve nos filmes “Homem Mau dorme bem” de Geraldo Moraes, com a preparação de elenco de Sérgio Penna (2007); “Noite por testemunha” de Bruno torres (2008) e "Do outro lado do paraíso", de André Ristum (2014). Pelo "Noite de testemunha", também recebeu o prêmio de Melhor Ator. Se fossemos fazer uma listinha de participação em festivais, tanto em cinema, quanto em teatro, ela ficaria assim:
42º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
Festival de Cinema de Recife
Festival de Cinema Internacional de Huesca - Espanha
Festival de Cinema do Maranhão
Festival de Teatro de Goiânia
Sobre as turnês internacionais, temos "Bacantes e Brincantes", do Grupo Hierofante, apresentada em São Tomé e Príncipe. O ator também esteve com o Hierofante no Brazilian Day, realizado em Nova Iorque. Aí é estrada, rapaz...
Hoje, o André que toda quinta-feira ia para algum forró da cidade e que estava sempre na casa de algum artista está um pouco diferente. Surgiu um casamento e, posteriormente o nascimento de sua filha, que mudou completamente seu cotidiano e sua dinâmica. Assumidamente, a melhor coisa que aconteceu em sua vida. A filhota, inclusive, faz aula de teatro com ele na escola. Com isso, o André tá mais caseiro, mais tranquilo, porém, sempre surpreendendo.
O último espetáculo dele que eu vi foi "Vivendo de Brisa", dirigido por Andre Amaro. A peça esteve em temporada pelo DF em 2019, passando pelo CCBB, Complexo Cultural Samambaia e outros teatros da cidade. Uma coisa é certa: logo logo, você e eu veremos ele em mais um espetáculo do DF. Duvida?
Ahhh!!! Assim que você encontrá-lo por aí ou ler esta matéria, peça pra contar a história de quando era criança e todos os meninos da rua queriam ganhar o boneco do Rambo. Sério... peça pra ele contar. Você não vai se arrepender!
Precisamos falar de André Reis
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