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Da Redação

TEATRO DULCINA RECEBE MUTIRÃO DE LIMPEZA E ORGANIZAÇÃO NA PRÓXIMA TERÇA

Para acelerar o processo de inventário do acervo cultural da Fundação Brasileira de Teatro e iniciar o processo de limpeza do Teatro Dulcina, voluntários estão sendo convocados pelas redes sociais

Acervo - FBT

Após três anos de escuridão, as luzes do Teatro Dulcina acendem pela primeira vez... mas isso é só o começo! As luzes do edifício sede da Fundação Brasileira de Teatro, no CONIC, foram ligadas entre os meses de julho e agosto.


O prédio tombado acumulava dívidas com a Neoenergia, chegando ao valor de R$ 480 mil. Negociações com a distribuidora permitiram reduzir os débitos e ganhar prazo para o pagamento. As negociações fazem parte da estratégia adotada pela atual gestão da fundação, que precisou mapear os problemas de administrações passadas para reconquistar a confiança dos órgãos do DF e dar sequência às atividades culturais no espaço. A estimativa é agora tentar parcerias para que, em um ano, o teatro possa voltar a ser acessível ao público. Será necessário um trabalho rigoroso para reabertura do espaço.


A Neoenergia cancelou os juros atrasados, concedeu uma entrada de R$ 15 mil e permitiu parcelas de R$ 4 mil mensalmente, o que possibilita o pagamento. Dessa forma, a dívida saiu dos R$ 480 mil para R$ 65 mil e também foi feito um acordo para renovar a estrutura e ter mais economia energética.


Ligar a luz é o primeiro passo para que a equipe possa tentar resolver outros problemas acumulados pelas antigas gestões com o passar dos anos. Somente com esse mapeamento, as dívidas trabalhistas e as articulações acadêmicas da Faculdade, que ocupa o mesmo prédio do teatro, poderão ser resolvidas, caso a caso.


Com a energia, problemas estruturais foram identificados e, com isso foi possivel perceber que o Teatro (palco e plateia) está com poeira acumulada. Para ajudar na limpeza inicial após três anos de portas fechadas, uma chamada aberta pelas redes sociais está mobilizando voluntários que irão trabalhar em frentes diferentes:


*Limpeza prévia do Teatro Dulcina e da Galeria de Arte;

*Separação, medição e registro de figurinos que ainda estão em sacos plásticos no subsolo;

*Medição e fotografia dos figurinos principais no laboratório técnico

*Transporte de material cênico que requer força coletiva.


Como o prédio ainda está sem abastecimento de água, a limpeza será feita com baldes já dispostos no local. Para que tudo dê certo, os organizadores pedem que os voluntários levem:


*Panos de chão e de poeira;

*Celulares com boa resolução para registro de figurino;

*Rodos, muitos rodos;

*Disposição e energia para um dia intenso e histórico.

Recentemente, a equipe encontrou no acervo vestidos de luxo do estilista Christian Dior

As atividades terão início às 10h e seguirão até as 15h. Serão oferecidas máscaras, luvas e garrafas de água para os voluntários presentes. A coordenação da atividade ficará a cargo de Josuel Junior, diretor cultural da FBT, Letícia Amarante, museóloga responsável pelo inventário de fotografias históricas, Desiree Calvis, museóloga responsável pelo inventário de dos figurinos de Dulcina, Ana Maria da Silva, consultora de corte e costura, Tabatta Barcelos, designer de moda responsável pelos figurinos ainda embalados e Hugo Araújo, responsável pela conservação e limpeza do prédio. Haverá uma orientação prévia para divisão de tarefas e tudo será registrado em vídeos e fotos. Isso quer dizer que se algum fotógrafo da cidade quiser contribuir com o registro, será bem recebido por todos.

Até o momento, foram inventariados mais de 350 figurinos clássicos, cerca de 2.500 fotografias, 250 objetos históricos e mais de 20 pastas de documentos importantes que recontam a história do teatro brasileiro. Ainda estão no radar da equipe cerca de 300 peças de roupa embaladas, 200 quadros, 200 chapeus, 250 pares de sapatos, 60 gravatas, 30 luvas, além de mobiliário pessoal e obras de arte pertencentes à atriz Dulcina de Moraes e seus familiares. Todo o trabalho de inventário é supervisionado por uma equipe do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do Distrito Federal – CONDEPAC-DF.


"Uma vez que conseguimos ter energia novamente, o desafio principal é conseguir honrar a confiança dada pela Neoenergia. São mensalidades fixas de 4 mil reais e isso requer atenção extrema da equipe. É certo que o prédio pode gerar renda por meio de locação de suas salas e espaços culturais. No entanto, para receber possíveis locatários e usuários dos espaços (salas de aula, galeria de arte e as duas salas de teatro), precisaremos garantir a segurança de quem por lá circular. É necessário trocar os extintores de incêndio, identificar os efeitos de 3 anos sem energia elétrica, checar o sistema de ventilação, reformar e estruturar esses espaços, adequar o acesso aos novos padrões de acessibilidade e, sobretudo, higienizar e trazer de volta esse bem tão importante para a cultura nacional, que é o prédio da FBT. É um caminho longo, mas com energia (elétrica e vital) trabalharemos para que o Teatro Dulcina e suas dependências voltem à atividade!" - Josuel Junior, diretor cultural da FBT


Os interessados em ajudar no mutirão, devem confirmar o nome por meio do direct da rede oficial da FBT: https://www.instagram.com/fbt.dulcina/

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